30 out 2018

Radicais livres e nutrientes

Quando bem aplicada, a medicina ortomolecular – ou biomolecular, como também é conhecida – é uma aliada da saúde. “O princípio que norteia a nossa prática prega a diminuição dos radicais livres – os oxidantes – que o corpo produz naturalmente ao longo da vida, mas que, em excesso, promovem o desequilíbrio químico e estão por trás do longevidade celular e de inúmeras doenças”, explica Eduardo Gomes.

No Brasil a prática ortomolecular já completou 25 anos, mas o conceito nasceu muito antes. Em 1968, o químico norte-americano, ganhador do Prêmio Nobel por duas vezes, Linus Pauling criou a técnica, baseada na Terapia de Radicais Livres e Longevidade, proposta por DenhamHarman, pesquisador norte-americano, em 1956. De lá para cá, muitos estudos mostraram os benefícios do tratamento ortomolecular. A InternationalSociety for Free Radical Research promove uma série de simpósios em todo o mundo a respeito do tema e tem milhares de cientistas associados.

Faz parte da vida oxidar e antioxidar… “O tempo todo o nosso corpo está produzindo radicais livres. Uma parte é usada pelo próprio corpo para se proteger de invasores que causam as infecções. Outra parte, estima-se que 90% dos radicais livres, fica vagando pelo organismo, provocando a oxidação dos tecidos e modificando o núcleo das células. É como se o tecido celular enferrujasse”, explica o especialista em Medicina Ortomolecular.

Segundo pesquisas americanas, até os 50 anos, 30% da nossa proteína celular terá sido convertida em lixo oxidativo. Entre os causadores do excesso dessas moléculas estão o tabagismo, a poluição, o estresse, a alimentação inadequada, o esforço físico exagerado e até a exposição a produtos químicos. “Quanto mais uma pessoa fica exposta a esses agentes, maior é a quantidade de radicais livres que ela acumula no corpo e maiores os riscos de ficar doente. Por outro lado, hábitos saudáveis, abandono dos vícios e uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes essenciais funcionam como agentes antioxidantes, diminuindo a quantidade de radicais livres”, explica Gomes.

A prática ortomolecular não é milagrosa e não deve ser entendida como mais um recurso estético, por exemplo, para emagrecimentos ou melhora da pele e da aparência. “A medicina ortomolecular tem uma aplicação individual, que depende de exames e do histórico médico do paciente, precisamos conhecer seus vícios, seus hábitos alimentares, dentre muitos outros fatores, antes de propor um tratamento”, ressalta o diretor das clínicas Anna Aslan.